É sensato começar um negócio com o seu melhor amigo?
Tal como eu, o meu bom amigo segue um percurso freelancer atípico. A escola não era o seu passatempo e, após o ensino secundário, começou a trabalhar. Primeiro na linha de montagem de uma empresa que fabricava caixas de tejadilho, depois numa grande companhia de seguros. A partir daí, passou para outra grande companhia de seguros, onde chegou a diretor de produto, um feito notável.
Agora tenho uma opinião definida sobre o trabalho no mundo dos seguros, mas não me cabe a mim pensar nada sobre o trabalho dele. Depois da segunda cerveja (de três, já não estamos na casa dos 20), ele perguntou-me do nada se também havia futuro para ele como trabalhador independente. Disse que o mundo dos seguros já não era um desafio e que não tinha qualquer vontade de passar mais 30 anos ou mais nesse mundo. Eu disse-lhe que qualquer pessoa pode trabalhar por conta própria e que há dinheiro para todos, desde que se faça algo em que se seja bom e se goste. E se fizermos alguma coisa juntos? Quase me engasguei com o meu Duvel. Bem, como é que imagina isso?", perguntei. Durante a viagem de ida, ele tinha tudo planeado.
Eu faria a parte criativa, onde iríamos fazer vídeos e podcasts para além de textos. Ele usou a sua experiência comercial para visitar empresas e oferecer os nossos serviços. Tivemos de trabalhar arduamente durante cinco anos e, depois, conseguimos reavivar a nossa tradição de reforma (uma semana juntos na Croácia de dois em dois anos) e comprar uma casa de férias na Croácia, que íamos arrendar para ter algum rendimento extra. Enquanto bebia o meu primeiro gole de um novo Duvel, tive de admitir que o plano estava bem elaborado. Ele tinha pensado numa visão clara, nas nossas qualidades, tenho toda a confiança e íamos começar com pouco.
Ainda assim, tenho dúvidas. Claro que há exemplos de amigos, ou parceiros de vida, que começam um negócio juntos e o tornam num grande sucesso. Na maior parte dos casos, só se transforma em trovoada. E eu não tenho apetência para isso. Por muito que o sucesso como empresário seja viciante, para mim nada supera a amizade.
As probabilidades de a amizade se desfazer ou, pelo menos, se quebrar são demasiado elevadas para mim. Por muito boa que seja a ideia dele e por muito bom que tenha sabido durante o Duvel.
Traduzido e Adaptado por: Julia Mainardi – Freelancer do Freelancer.com.br
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